E mais uma vez volto a ser Maré Viva. Perdida e devastada na essência de não saber mais o que fazer para lidar com o que me atravessa hoje e em todos os dias que tenho ainda de vida. 

Como aquele ar que me falta, toda vez que baixo a cabeça. Um ar que me sobra quando me reergo do afogamento causado por mim mesmo, quando quero te matar dentro de mim. Me atravessar dentro de mim, como todas as minhas armas letais que carrego nos bolsos quando ando só em busca do meu eu perdido.

Você veio, me tomou de assalto e ainda não sei o porque fui escolhida pela vida para ser um porto seguro, se na realidade sou um aeroporto. Tudo é tal repetitivo dentro de mim, quando eu apenas queria arrancar o que sinto a sangue frio.

Sou tão corajosa para o mundo e tão fraca para mim. Queria não fugir do que hoje me transformei, do que fujo dentro de você. De tudo que escondo no meu vazio existencial.

Mais quando quero me reencontrar, vou ao mar. Volto a ser mar, maré, agua, vento e tudo mais que se torna forma dentro do que sou e que resolvi ser. Não sei mais ao certo, só queria conter o que você transformou dentro de mim. Ou melhor o que eu te transformei, dentro de mim.
Samara Lopes
Enviado por Samara Lopes em 18/08/2013
Reeditado em 18/08/2013
Código do texto: T4440782
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