HÁ SEMPRE UM RIO...
Há sempre uma desgraça que pede apoio à bonança
Há sempre um grito que nos causa dor no peito
Há sempre um momento que se põe ao nosso jeito
Há sempre um rio que nos lava a cor da esperança
Há sempre um azar em busca da débil sorte
Há sempre um amor que no tempo desvanece
Há sempre outro amor que do primeiro se esquece
Há sempre uma vida que nos leva até à morte
Porque há sempre um rio, nosso espelho, nossa alma
Que desliza sublime em caudais de verde calma
Nasce em nós uma insigne vontade de viver
Calem-se as vozes do defeito e da derrota
Que de sofrimento já temos a nossa quota
Mergulhemos nas águas e voltemos a nascer