sua cor

lábios aveludados pintados de tinta vermelha. nessa tinta se encontra diluída toda a ternura dos beijos. casualidades envoltas de tiner que só borram mais a ausência do teu corpo. apagar-te foi uma tentativa grotesca. um atentado a minha própria alma. entretanto deixar ficar é um erro imperdoável. essa frieza nunca te atingiu não é mesmo? eu não deixei. as coisas mais bonitas que me compunham ficaram envoltas ao seu lado. nenhum remorso ou arrependimento atingiu-me por saber que estava fazendo o certo. você mereceu. merece. por unicamente despertar a vontade de doar tudo de bom que habita minha pele."quis nunca te ganhar." a dor inconsolável do oposto. perder-te. se estas preparada para ganhar tens de estar para perder. não estava. ser gélida e afundar em um mar de indiferença, foi a solução mais eficaz. independente do desejo de te tomar pra mim. amar-te foi o crime mais bonito que eu pude cometer. apanhar foi uma consequência breve. um pequeno castigo por arriscar-me tanto. era previsível que se acabasse eu estaria em mil pedaços. eu sabia. eu sempre soube. minha dor é minha cura. uma troca de olhares fazia com que eu estocasse toda uma força que eu sabia que precisaria. obrigada pela confusão. me fez mais eu. fez-me um pouco você também. sou um pouco nós. sou toda um resto de uma confusão sentimental mal resolvida.

Patrícia Campanholo Pereira
Enviado por Patrícia Campanholo Pereira em 27/08/2013
Reeditado em 27/08/2013
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