vias meios fins reticências

A minha casa não é caminho dele.

A minha cama não é o descanso dele.

A minha comida não o alimenta.

A minha voz não o acalanta.

A minha mão não o defende.

Mas ele conhece a minha porta, dormiu na minha cama, comeu da minha comida, pediu que eu cantasse, procurou a minha mão.

Eu quis ser o caminho dele

Mas não achei sossego

Ele me deu de comer

Mas eu não agradeci

As minhas mãos taparam minha boca e eu me escondi.

Ele sabe o meu caminho, talvez ainda sinta o cheiro e goste, mas não quer mais vir. Não acredita mais que encontre sossego em mim.

22.08.2013