MAIS UM DIA SEM VOCÊ

A tarde cai apressadamente além do horizonte; o vento por outro lado, esforça-se para me empurrar para fora.

Fico te esperando, olhando para o infinito, sabendo que jamais virás até mim.

Abro todas as janelas virtuais e reais, escancaro as fronteiras da minha alma e do meu coração para poder lhe receber, sorrindo...mas, tu demoras a entrar por elas, e simplesmente ouço teus paços ao longe, passos apressados, passos que voam para mim.

Fecho meus olhos para poder te imaginar sorrindo, ode ao destino.

Essa magia de ir e vir, sem saber como ou porquê. Meus olhos sempre cansados no monitor, letras que circulam ao nosso redor virtualmente de vírgulas, pondos, parágrafos soltos, longos e intermináveis.

Reticentes necessidades para se acumular assuntos para o amanhã que sempre sabíamos que chegaria.

Por favor, pousa aqui na janela, vem. Canta para mim como fizeste da última vez. Trava comigo uma batalha de línguas, sonoras declarações de desejos e sonhos realizados ou não. Conte-me todos os seus segredos do outro lado do mundo.

Sempre com a mochila nas costas, andarilho das letras, bruxo das noites de luas cheias. Inofensiva criatura que está tão perto, e ao mesmo tempo tão distante.

O amor que voa sozinho, notívago. Dormindo em nuvens extremamente densas de saudade e esperança para te reencontrar. Amor este que suporta a fome, frio e a necessidade de esperar.

Espero teus passos que se apressam na escuridão e parecem não chegar nunca.

Te espero todos os dias no portão com meu cão latindo baixinho afim de não te espantar; te espero todos os dias sempre com poesia no coração, sempre disposta a amar.

Doce cantoria de poesia exposta na voz e no tom de sonhar.

Quero tua imagem em mim, no que sou, no que fui. Janela aberta, sorriso desperto.

Desejp que ensaia e se esconde, madrugadas totalmente insones, noites mal dormidas. Tua presença me revira a alma.

Tua imagem ao longe, sombra da vida que se esqueira entre os últimos raios de sol que se põe nessa tarde tão fria.

A noite cai, é lua cheia, como você e eu sempre dizíamos!

E se outras luas não te reviraram a alma, canta novamente para mim. Ou, fique quieto, deixa que eu te revire, a te contar histórias, cantar melodias e sonhos meus, enquanto nós dois encantamos a Lua.

inthemoonlight
Enviado por inthemoonlight em 11/04/2007
Reeditado em 17/05/2007
Código do texto: T446108