Perdão, deixo para os sábios


Não perco tempo perdoando ninguém, simplesmente porque acredito que todos devem pagar por seus erros, isto vale para mim, para meus filhos, meus amigos e é obvio para os meus inimigos.
 
Por definição, não guardo rancor das pessoas, apenas exijo que sejam punidas pelos seus atos, na verdade valoro não somente os atos em si, que entendo de curta leitura, chamo de miopia da ação, valoro, ou tento valorar, o alcance dos atos.
 
Tenho 53 anos, e por apenas duas vezes senti raiva de alguém, foi algo muito estranho e doloroso para mim. Aquele sentimento me fazia mal, passei alguns dias, até digerir aquele fato, sofrendo, mas no geral não perco tempo com rancor. Isto não significa que sou bonzinho não, significa que espero justiça, neste ponto sou a favor do olho por olho, dente por dente. Se cometi um erro, devo pagar por ele, se retirei a vida de alguém, porque não tirarem a minha como forma de punição, o perdão é perda de tempo, pois significa que carrego magoas, ex-namoradas, ex-amantes, ex-chefes, ex-amigos, ladrões que me assaltaram, médicos que diagnosticaram minha filha como portadora de hidrocefalia, a cada caso atuo de uma forma, aos ladrões se possível pena de morte, ao médico que errou, a perda de sua licença, mas eu não vou perder meu tempo com perdão a ninguém, a maioria das dores que sofremos são invenções nossas, as pessoas levam suas vidas e a maioria das vezes sequer estão atentas em nós, muito menos com intenções de nos fazer mal algum. Um médico para diagnosticar algo maléfico a saúde, deve buscar o máximo de certezas, a incompetência não deve diminuir a pena, se desejo pilotar um avião e disto causo mortes por mera incompetência minha, em nada diminui minha culpa, se resolvi beber, e atropelei pessoas em pleno efeito da droga, minha culpa deve ser aumentada e não diminuída, esta regra deve ser para todos.
 
Perdão, deixo pros sábios, para os bonzinhos e para os religiosos, eu quero justiça e respeito. A mesma que busco prezar em meus atos e no respeito que delego por todos.

 
Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 01/09/2013
Reeditado em 01/09/2013
Código do texto: T4462539
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