E a velha malandragem brasileira...
O dia amanheceu tranquilo, cinzento, sonolento... Sete horas da manhã, na fila do ônibus (logo cedo!), fui obrigada a vivenciar mais-uma-vez a capacidade que o brasileiro tem de agir bancando o espertão...
A fila já estava quilométrica, quando o ônibus anterior estava saindo (ou tentando sair). Eis que chega uma turma de mulheres de meia-idade (não eram idosas AINDA), arrumando confusão por quererem subir no ônibus que já estava lotado. Como não conseguiram, se acharam no direito de ficar à frente de quem estava na segunda fila, esperando pacientemente o próximo ônibus.
A indignação foi tamanha, que não consegui ficar quieta. Mas, admito, fui totalmente ineficiente. Deveria, SIM, ter denunciado à fiscal - que saiu correndo assim que percebeu a movimentação.
Resumindo, ninguém fez nada, eu fiquei esbravejando, e as moçoilas foram sentadinhas até o destino, rindo às custas de pessoas que estavam na fila e que ficaram sem lugar para sentar devido à falta de educação (pra dizer o mínimo) dessas criaturas.
É por essas e outras que, quando um brasileiro vai ao exterior, ele é recebido com desconfiança, é maltratado, destratado, discriminado. Por causa dessa maldita "cultura da malandragem" que se infiltrou e que se agarra como uma erva daninha ao inconsciente de quem nasce nesse país. É vergonhoso, é, além de tudo, falta de respeito. Isso já começa cedo, na fila da cantina na escola. Chega à fila do banco (quem nunca viu uma moça se passando por grávida para utilizar o caixa preferencial?). Essas pessoas se acham melhores que as outras, acham que não podem ficar na fila, não podem esperar pelo próximo ônibus e arcar com o próprio atraso. Não podem esperar para comprar o lanchinho.
Está na hora de o brasileiro DIGNO parar de se calar e de levar a fama (além de ser prejudicado) por pessoas como essas que descrevi. Sem violência. Mas é chegado o momento de mostrar que essa não é a "terra de ninguém". Que direitos existem para serem respeitados. Se essas pessoas se sentem injustiçadas, acham que não merecem esperar na fila, então, que sejam adultas e corajosas o suficiente para lutarem por seus direitos. Nós temos, sim, que cobrar as autoridades melhores condições de transporte público, em vez de prejudicar (sem a menor cerimônia) o próximo.