A geração Fast food

A professora orientadora de leitura chega para sua última aula do período com um grupo de alunos do nono ano do Ensino Fundamental. Conforme combinado na agenda da semana, esta seria uma aula de leitura de livre escolha e empréstimo de livros.

Ao adentrarem na sala de aula os alunos se dividiram em grupos de acordo com seus perfis. Em um dos grupos, cada um retirou seu celular e fone de ouvido da mochila; em outro formado por meninas, foi retirado um estojo de maquiagem, outro formado só por meninos iniciou-se um batuque na mesa, outro grupo mesclado, cismou que a aula seria de canto e iniciou um ensaio de qualquer coisa de letra indecifrável e ainda tinha aqueles que não sentaram em grupo algum e ficaram andando pela sala como se estivessem procurando algo perdido.

Após longos dez minutos de apelos para que se atentassem para o propósito da sala de leitura, conseguiu no mínimo o silêncio, dois ou três retiraram livros da prateleira e folhearam sem muito entusiasmo.

Ao final dos 45 minutos a professora estava se sentindo inútil, exausta e com um conteúdo somente na anotação da agenda. Para sua surpresa, ao deixarem a sala, ouviu de uma aluna o comentário: " Caramba, a aula da professora hoje foi muito dez"!

A professora, indignada, ficou se perguntando: Que aula??