A ESPERA...
A espera é uma angústia que devasta
Percorre o corpo como se fosse uma formiga
Gera ânsia entre a cabeça e a barriga
Provoca o grito de que esperar já basta
Quando marcas um encontro com alguém
A horas certas julgando que é para cumprir
Deixam-te à espera com vontade de zurzir
A quem a palavra não vale nem um vintém
Olhas as horas, vês e revês a paisagem
Vociferas, adulteras a tua imagem
E ali ficas condenado à tua sorte
Cada espera nesta vida é um revés
Esperamos o ordenado a meio do mês
E até esperamos um dia que chegue a morte.