ENQUANTO HOUVER UM CAMINHO...

Não te ouço…

Ou mais contundentemente, não te quero ouvir

Enquanto houver um caminho

Enquanto houver mares e oceanos

Rios, margens e florestas

Pássaros a chilrear como se chamassem por nós

Não te quero ouvir falar da morte

Como se fosses comprar um ingresso para a sessão das nove

Enquanto houver um caminho

Enquanto as flores glorificarem a Primavera

E as folhas de Outono nos adornarem o regaço

Não quero ouvir-te dizer que a vida é um beco sem saída

Não quero oferecer-te um lenço para limpares lágrimas

Empedernecidas num regato de sequidão contínua

Enquanto houver um caminho

Quero que os teus olhos vislumbrem

O pôr-do-sol dos anoiteceres de Verão

Ou as chuvas de Inverno a aninharem-se nos teus ombros

Enquanto houver um caminho

Trilha-o como se fosse um passo na tua vida.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 23/09/2013
Código do texto: T4494787
Classificação de conteúdo: seguro