O silêncio definitivo

Quando eu morrer quero escrito em minha lápide: "Aqui jaz alguém que amou mais do que podia e menos do que algumas pessoas mereciam". Porque algo é fato: pensamos tanto em como seria não termos mais quem amamos ao nosso lado que esquecemos de pensar em como seria se nós já não estivéssemos mais aqui. É estranho, porque a gente nunca sabe de fato o que o outro pensa ao nosso respeito, o que o outro sente em relação a nós e em como seria se faltássemos a ele. É muito complicado. Admito que foi com um vazio enorme que escrevi essas palavras. É que às vezes fico me perguntando se algumas pessoas já pararam pra pensar que vai chegar a hora em que eu não estarei mais aqui. Não saberão mais nada sobre mim, a não ser a quadra onde eu me encontre. Não vão ler nada novo além do que eu já escrevi, não receberão mais nenhum SMS meu e não ouvirão mais a minha voz, talvez até se esqueçam rapidamente qual é o número do meu telefone. E me pergunto também: se pensaram alguma coisa, será que surtiu algum efeito? Lembrando de algumas pessoas e do modo como me tratam ou já me trataram, acho que não. Um dia, em meio a palavras como as de hoje, eu afirmei que quando eu morrer não quero nenhuma lágrima de crocodilo. Essas mesmas pessoas sequer quero que compareçam ao meu velório. Para algumas outras, já pedi e peço novamente que não esperem que eu me vá, constatem uma "tal" importância minha em suas vidas e assim encham meus perfis nas Redes Sociais de palavras ao vento, na esperança de que, em algum lugar, eu esteja lendo. Não! Não estarei lendo. Qualquer sentimento em relação a mim quero sentir assim, do modo que me encontro agora: VIVO.

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 27/09/2013
Código do texto: T4501344
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