Desabado - Até o fim

Até o fim.

25 de Outubro de 2013 e o céu hoje a tarde estava verdadeiramente lindo, me pergunto quantas pessoas acharam o mesmo, então esse pensamento se vai como tantos outros que ocorrem durante o dia, durante semanas e durante a vida, a vida se vai e não se percebe, pessoas se vãos, eu me vou, não se percebe. Acordei hoje sobre o pensamento de nossa insignificância matemática perante o infinito do universo, nossos sonhos, temores, receios, emoções, alegrias, dores, tudo isso é insignificante matematicamente e mesmo assim enxergamos grandiosidades diante de nossa sútil insignificância. Ao levantar, tomar um banho gelado ao toque de Luis Becerra, cometer o delito de falar mais que escutar, o crime de ajudar e depois perceber pela milésima vez que o ser humano é medíocre, mentiroso e asqueroso me vou, mais um pensamento que se vai assim como os outros. Então é hora de pensar em lágrimas derramadas por quem é aquecida em meu coração, e de julgar assim como ela determinadas ações, esquecer a razão e lembrar que o que me resta é apenas a razão, não esquecer, sentar, pensar, ser frio talvez, até que é chegada a hora de levantar e lembrar que a vida é sofrida, mais para uns do que para outros e que muitas vezes o sofrimento se demonstra na pele, ou no olhar perdido, já sem luz e sem tempo de recomeçar, e quem ainda tem tempo não possui noção do que a cerca e não é dado espaço e muito menos oportunidade para isso, um bicho preso, voltar e enxergar um sorriso que abre o meu sorriso, ajudar um espirito simpático, com tempo e com vida, escutar um obrigado e correr, correr com a força de uma criança, cair e perder, perder o tempo.

Já me perdi um milhão de vezes e me reencontrei e um milhão de espaços diferentes, já bati na mesma porta por mais de uma vez, pedi desculpas, reconheci meus erros ou ao menos tentei, já refiz, me refiz, me completei de mais, mais de mim mesmo, por esquecer pensamentos. Por esquecer que pessoas não são confiáveis e esperam mais do que você supõe poder ofertar, esquecer que essas mesmas pessoas machucam sem pensar duas vezes quando está em jogo o próprio ego e o próprio padrão de felicidade, esquecer que elas zombam, pensam, humilham, esquecer que inflam o peito e entram em uma rinha de galo pra te matar, derrubar, destruir, esquecer que dentro desta finitude pessoas, são poucas que abrem o coração, poucas que não estão em uma disputa, de gostar mais, satisfazer mais, brilhar mais. São poucas que podem amar de graça, sem pestanejo, amar por amar, por gostar.

Sempre amei pessoas por amar pessoas, nunca cobrei reciprocidade de sentimento, se não ama assim como eu amo, então que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure. Infinito!

Um final de semana de cansaço das pessoas, dos rostos, da mesmice, do molde, talvez de mim mesmo. Não há melancolia, não há tristeza, não há nostalgia em meu espirito, não há espaço para isso, mas não deixo de ficar perplexo com quem amei, gostei, desgostei e desamei.

Josélio Oliveira
Enviado por Josélio Oliveira em 25/10/2013
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