AMPULHETA

NA ALTÍSSIMA MADRUGADA INSONE DE 28 DE OUTUBRO DE 2013

Sou uma ampulheta com toda a areia depositada no fundo de um dos lados; o tempo imóvel, e a impossibilidade de virar a ampulheta para que a areia volte a fazer escoar o tempo; absurdo tempo este em que sou uma ampulheta com toda a areia depositada no fundo de um dos lados. Tempo imóvel, tempo que não existe, que só existe em mim, ampulheta fora do tempo, nesta altíssima madrugada insone do dia 28 de outubro de 2013, 28 de outubro, se não me engano o dia de São Judas, santo das causas desesperadas. Valei-me, então, São Judas! Valei-me!