ENSAIO SOBRE A CARIDADE

Penso na caridade de forma positiva, como um tipo de amor maior que a ele mesmo. Nunca pensei a caridade como migalhas que se lançam... A caridade é uma espécie de amor: um amor que não precisa amar, pois que já é o amor em ação, em movimento, que age e faz pelo outro sem importar quem ele (a) é, o que fez ou deixou de fazer, se merece ou não, por que está ali, por que isso, por que aquilo... Para a caridade nada disso importa ou interessa. A caridade apenas faz sem esperar nada em troca ou ter um motivo para fazer. A caridade é um desafio, porque amar é um desafio. É muito fácil amar o bom, o belo, o agradável, mas o amor não nasceu para o que é fácil. O amor nasceu para vencer obstáculos, transformar, para amar.... E a caridade é uma das formas mais simples e sublimes do amor. Muitos que não se amam precisavam começar com a caridade por si mesmo e nisso já estariam vivendo o próprio amor, ensaiando assim os primeiros passos para viver o amor pelo próximo. Aquele que alcança a caridade recebe a graça de uma centelha da visão divina, e assim conseguiu ver, quando andou dentro de si mesmo, os grandes progressos mais também as próprias misérias, reconheceu que não é perfeito assim como ninguém o é, e mesmo assim é capaz de si amar e evoluir, pois traz em si a esperança e a fé na evolução de si, e do outro como consequência; tem na consciência a sabedoria de que todos nós estamos no mesmo barco; que o mundo dá muitas voltas e nós damos muitas voltas no e ao mundo. Além disso, Deus faz cair a chuva sobre justos e injustos. E o amor deve ser essa chuva, pois somente assim preparará o terreno dos corações para que o amor possa brotar e florescer em toda a sua plenitude.