Desespero

Ontem foi bem perto
Tão perto que sinto até o cheiro
Acre e doce do desespero
Que se abatia sobre a gente

Eu nunca o percebia
Recebia de ti a notícia
Havia ali o perigo
A rondar silenciosamente

Eu sério, coeso
Nunca
Nunca indiferente

Mas por não sentir o perigo
Raciocinava por sobre o medo
E sem falar absolutamente nada
Elegia a calma
Exigia maiores esclarecimentos
Mas acima do rei e da rainha
Concedia ao conde Apoio
Para o que fosse ou o que viria
A confirmar ou negar nossos tormentos
Irrestrito acompanhamento

Não aprendi nada com isso
Não ganhei nada em enfrentar o perigo

Mas tenho em mim
Um ex segredo para contar

Naqueles momentos
Minha estrela brilhava

E com mais alívio que orgulho
Era o gosto do vinho
Que nossas bocas molhavam

Porque podemos ser tudo
Mas não seríamos nada
Sem um anjo torto a nos acompanhar

Anjo que não te vejo
Não sinto teus suspiros irriquietos quando erro
Mas tenhos provas da tua presença
Nas pedras postas pelos caminhos
Por onde passo quando desesperos carrego
Até solo ser seguro
E ver meus segundos elementos
Caminharem sozinhos e repletos
De confiança em si mesmos

Faz de mim instrumento
E uma melodia se formará
Em teus sentidos mais que certos




CarlosVMuniz
Enviado por CarlosVMuniz em 18/04/2007
Reeditado em 23/04/2007
Código do texto: T454954
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