SEGREDOS...
Por vezes vivem na raiz dos medos
Por vezes soltam-se como ave em liberdade
Quando voam de nós trazem consigo a saudade
De como era bom ter em mim os teus segredos
São também uma mordaça que nos comprime o peito
Mantermos o silêncio para não entrar em devassa
Guardar as palavras antes que outro alguém o faça
Viver na angústia bem ao nosso jeito
Segredos são como passos que não podemos dar
Cerejas que vemos e não podemos tragar
Porque são a alma gémea de quem os entregou
Espalham-se pelo sangue que nos mantém de pé
Dormem connosco até que um dia a maré
Nos feche os olhos e se diga que tudo a vida levou.