SEGREDOS...

Por vezes vivem na raiz dos medos

Por vezes soltam-se como ave em liberdade

Quando voam de nós trazem consigo a saudade

De como era bom ter em mim os teus segredos

São também uma mordaça que nos comprime o peito

Mantermos o silêncio para não entrar em devassa

Guardar as palavras antes que outro alguém o faça

Viver na angústia bem ao nosso jeito

Segredos são como passos que não podemos dar

Cerejas que vemos e não podemos tragar

Porque são a alma gémea de quem os entregou

Espalham-se pelo sangue que nos mantém de pé

Dormem connosco até que um dia a maré

Nos feche os olhos e se diga que tudo a vida levou.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 12/11/2013
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