NEBLINA

Fascina-me ver a neblina apoderar-se de tudo e de todos em duas localidades. Milho Verde, distrito de Serro Minas Gerais e no Vidigal,no Rio de Janeiro. Quando ela vem descendo os dois irmãos, apoderando de tudo e de todos, dos seres e de suas mentes seja racionais ou não, creio que todos a temem pelo que esta trazendo, em seu branco tipo neve, na imaginação de cada um, felicidade tristeza agonia, ansiedade, medo do hoje e do amanhã, esperança por um futuro melhor, sem saída, tentando se desviar do andar de baixo. Ou quando ela brota, apoderando se do mar seguindo em direção ao nosso vale, da vida da esperança de dias melhores em nossas mentes imaginarias, aqui no nosso Vidigal. Em minhas raízes observo ela subindo o vale do Lajeado, apoderando de minha mente e de minhas imaginações, neste momento, navego no mundo das ilusões. Revejo o lajeado enfeitado de sempre vivas de Fevereiro, das bromélias que fecundam o ano inteiro, dos lambaris a se banharem nos lagos ainda ali existentes.

Em minhas raízes, na Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Milho Verde. Penso no meu avo Manoel em minha avo Mariquinha, no meu pai que gostaria ter conhecido todos eles. Observo ela subindo o vale do Lajeado, apoderando de minha mente e de minhas imaginações, neste momento, navego no mundo das ilusões. Revejo o lajeado enfeitado de sempre vivas de Fevereiro, o espelho formado pelas águas dos temporais duradouros, para navegarmos em nossas imaginações, da fonte de águas que vejo brotar na serra formando a cachoeira mais linda que se possa ver em minha vila, com a serra dos santos no por do sol, com todo o seu brilho, mostrando que existe, para todos os que observam a nossa mãe natureza registrando sua história, em sua demonstração maravilhosa, quando o sol se põe na direção da serra casada, visão que poucos terão o privilegio de registrarem em suas mentes, para só se apagar quando a sua origem retornar. Do pico do Itambé com sua imponente inclinação e sua magnitude, registrando nossa história desde 1702.

Das bromélias que fecundam o ano inteiro, produzindo maravilhas da natureza, para o privilegio de alguns seres vivos. Dos lambaris a se banharem nos lagos existentes no lajeado passado, hoje detonados pela erosão. Das gralhas protestando pela natureza perdida e pelo descuido dos nativos que não visualizam as maravilhas de suas raízes. Pela mata cortada e devorada como se alimento fosse, pela terra queimada, tornando-se nua e crua, adquirindo cicatrizes que jamais serão curadas. É assim que me vejo navegando e voando no meio desta fantástica neblina.

MIACHE CONFUSO

22/10/2002

Miache Confuso
Enviado por Miache Confuso em 12/11/2013
Reeditado em 10/12/2013
Código do texto: T4568360
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