OLHARES

Olho para ás montanhas que circundam Milho Verde, bate uma vontade danada de navegar em todos os seus contornos para curtir a vida ali existente, ás pequeninas cachoeiras que irão iniciar a formação do nosso rio Jequitinhonha, a vegetação que apesar de todas ás adversidades que enfrentam e lutam para manter suas espécies intocáveis, como o pau santo com sua facilidade em tomar formas variáveis, tanto usadas no passado, hoje relegado ao esquecimento, substituído pelo mundo automatizado e virtual. O barba timão ávido para que utilizem sua capacidade de suas curas milagrosas do qual é capaz de operar, assim é o serrado, com tantas outras espécies a espera de suas descobertas, com tudo o que podem oferecer aos seres vivos. Vejo os animais, tentando manter seus locais de descanso preservando suas identidades apesar de tanto descaso dispensados aos mesmos. Vejo o fogo ardendo a terra e tudo por onde passa deixando a destruição, me revolto em ver que todas as campanhas realizadas, não comove estes criminosos. Olho para os meus ipês, aguardando o seu florescer, o que não acontece não sei o porque, a natureza é sábia, ditado dito ditado feito, plantamos ipês para netos ou bisnetos observarem o seu florescimento. Vejo e escuto o ronco do lajeado apelando e pedindo socorro, para retermos suas águas, para que a vida volte a florescer em seus contornos, com seu lagos cheios de lambaris como antes, retornando a vida ali existente, por perseverança, as que permanecem na luta por sua recuperação são ás gralhas que passam os dias protestando e lamentando pela natureza perdida. Observo os meus pássaros que aqui vem em busca de alimento para sua preservação e de suas espécies. Vejo o pico do Itambé com toda sua imponência e soberania com sua inclinação fantástica e majestosa, registrando e mantendo nossa história desde 1702. Vejo a neblina que se apodera de tudo e de todos em suas imaginações e criações de cada espécie, passando a ser a dona de tudo e de todos em seus pensamentos e olhares. Observo o espelho que por determinados momentos e dias se formam no lajeado me fascinando, vejo a serra dos Santos, com suas formas mitológicas na imaginação de cada ser com sua história e simplicidade. A natureza com toda sabedoria da exemplos a todos os que se julgam serem humanos.

Não somos vida nem somos morte, somos apenas duas forças num incansável combate de existência e inexistências.

Miache Confuso

22/10/2007

Miache Confuso
Enviado por Miache Confuso em 13/11/2013
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