Somos concretos abstratos
E no fundo somos espelhos do mundo que é o nosso espelho.
E refletimos e somos refletidos de forma infinita.
Mudar os reflexos depende de mudar o que somos.
Mudar o mundo depende de mudar a nós mesmos, refletindo assim na mudança do mundo.
É pensar a complexidade de cada movimento que criamos e com eles, uma onda que se segue.
Bem no fundo, somos míopes.
Pois vemos de forma confusa o que somos, sentimos e vivenciamos.
Não nos permitimos ver de forma límpida a energia que vibra em nossos sóis internos.
E deixamos nossos espelhos tornarem-se estátuas e cristalizamos no reflexo do mundo.
Analisando bem de perto, não sabemos o que queremos.
Porque não nos conhecemos, e não temos planos de onde chegar.
Mal sabemos que o bem maior, é o todo, e a menor partícula é o todo também.
Somos concretos abstratos.
Somos perplexos retratos.
E quando adentramos o nosso interior, vemos que somos um quadro.
Com várias pinturas do mesmo pintor. O alfa e o ômega.
A alegria e a dor. Somos uma tela na parede, olhada de ângulos diversos.
E o tempo já não nos contempla. Porque passado-futuro ao presente se amarrou.
E espelhamos a nós mesmos adentrando o nosso ser.
Somos terra, água, fogo, ar e o éter. Somos o tudo e o nada.
Somos uma pequena partícula que se chama mundo.
E no abrir os olhos, vemos que somos UM, cada um e o todo.
E ao nos refletir em nossa luz, abrimos espaço para o amor.
Karen Triacca 29/11/2013.