FRACTURAS...
Transvios no percurso
Caminhos sem rumo definido
Becos sem saída
Mãos que não encaixam
Olhos que se fecham
Como cortinas que escurecem o quarto
Lábios humedecidos pela emoção
Expressões crispadas
Vozes sintonizadas no som do silêncio
Fracturas da alma
Sangue estagnado no apeadeiro do deserto
Leituras de um livro em branco
Apelos sem resposta
Gritos numa sala hermeticamente fechada
Abraços sem corpo presente
Beijos renegados sem lábios irmãos
Respiração ofegante num ar roubado no tempo
Amores que nem a essência sabia existirem
Morte que se procura como morada arejada
Perguntas que se fazem como: que faço eu aqui?
Fracturas de uma vida sem vida.