FRACTURAS...

Transvios no percurso

Caminhos sem rumo definido

Becos sem saída

Mãos que não encaixam

Olhos que se fecham

Como cortinas que escurecem o quarto

Lábios humedecidos pela emoção

Expressões crispadas

Vozes sintonizadas no som do silêncio

Fracturas da alma

Sangue estagnado no apeadeiro do deserto

Leituras de um livro em branco

Apelos sem resposta

Gritos numa sala hermeticamente fechada

Abraços sem corpo presente

Beijos renegados sem lábios irmãos

Respiração ofegante num ar roubado no tempo

Amores que nem a essência sabia existirem

Morte que se procura como morada arejada

Perguntas que se fazem como: que faço eu aqui?

Fracturas de uma vida sem vida.

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 05/12/2013
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