MISSÃO DO HOMEM 
 
 
 
                    Segundo a minha crença, e eu pobre mortal, não pretendo induzir ninguém, todo homem vem a este mundo com missões determinadas, por ele mesmo escolhido a fim de resgatar erros do pretérito, evoluir e preparar-se para novas jornadas de grandeza aos olhos de Deus, Pai Criador.
                    Acontece que no percurso da vida a gente esquece-se de alguns detalhes e dos caminhos a seguir, por essa razão acabamos aportando em locais inadequados, mesmo nascendo em berço de famílias dignas e amorosas.
                    Também achamo-nos no direito de brincar e se divertir muito, gozar dos prazeres mundanos e acabamos nos embrenhando no verdadeiro inferno da perdição. Passamos a desrespeitar os direitos dos nossos irmãos por parte de Deus e até dos irmãos ligados por laços consangüíneos.
                    Mesmo muito ligados aos estudos e trabalhos honestos, nós seres humanos deixamos muito a desejar quanto ao requisito comportamento.
                    Muitos pela manhã declaram amor a(o) sua(seu) esposa(o), namorada(o), companheira(o) e no decorrer do dia ou ao anoitecer, sem escrúpulos,  fazem as mesmas declarações a outra(o)s. Juram por Deus a verdade, mentindo diuturnamente.
                    Conheço casos (declarações em processos criminais dos quais participei como escrevente auxiliar do Juiz) em que o assassino após roubar e impiedosamente ceifar a vida da sua vítima (latrocínio) foi para casa tranquilo e lá chegando beijou os filhos e a esposa e com todos saíram para tomar sorvetes como se nada tivesse acontecido.
                    Conheço pastores, padres e pregadores que dentro de seus templos ou igrejas estabelecem o amor, a caridade, a fé, a devoção, a abnegação e a proteção aos menos favorecidos, no entanto exigem que seus seguidores se apresentem bem vestidos, barbeados, calçados e socialmente alinhados, como que se Jesus tivesse ensinado isso aos seus discípulos.
                    Terminado as suas pregações voltam para suas mansões em automóveis  do ano e de última geração, muitas vezes comprados com os dízimos impostos aos  seus fiéis compulsoriamente. Depois reune com os seus outros amigos da alta sociedade para bebericar alguns aperitivos, fazer um banquete ou comemorar algo corriqueiro despreocupados e esquecidos dos seus compromissos.
                    Penso, na minha santa ignorância, após sessenta e oito anos de vida, passado por várias etapas fáceis e difíceis, saboreando cada minuto e cada néctar do mel que Deus me serviu, absorvendo com dignidade e fazendo expelir-se o fel encontrado nos meus alimentos, certamente por mim mesmo colocado, mas que de certa forma estou conseguindo cumprir uma grande parte das tarefas às quais me comprometi.
                    Não sendo santo e nem candidato a tal, tenho certeza absoluta que existem milhões de pessoas bem mais evoluídas e em melhor estágio do que o meu. Entretanto, luto dia e noite buscando aprimoramento. Talvez um dia eu alcance mais um degrau na escada que nos leva para mais perto do Criador.