OS BASTARDOS...
Refugiam-se nos bosques insensíveis ao medo
Ouvem lobos, sapos, mochos e a restante fauna
Nos dias tórridos fazem com deleite a sua sauna
Falam com a alma como se fosse um segredo
Banidos da gente como se houvesse gente
Esquecidos das lágrimas de raiva e de dor
Lá dentro retêm a imagem do amor
Que um dia tiveram mas que está ausente
Números estatísticos sem direitos nem voz
Esmagados à imagem de um qualquer algoz
Carregam sobre as costas mil e tantos fardos
Constroem junto às silvas as suas sanitas
Gritam ao mundo que são eremitas
Numa sociedade são os filhos bastardos