Reflexões sobre o Universo - Parte I

Ainda que os homens descubram a essência elementar de cada coisa, chegarão a um muro, e dele não passarão, atrás deste, é onde mora a razão última de todas as coisas, o que faz a flor brotar, vencendo o chão, ganhar espaço e florir, isto ao tempo certo...O que faz as partículas de água subirem aos céus, unirem-se como amigas em um só destino formando grandes nuvens, levadas pelo vento... Mas qual é força motriz dos ventos? Qual a razão última que existe nas partículas de ar que correm como crianças brincando em um bosque rodeado de laranjeiras? E estas, as laranjeiras, qual a razão última que as dá o tempo certo de florir e frutificar, e qual, da macieira, da videira...? O que impulsiona as ondas do mar? E as marés? Por acaso é a força gravitacional da Lua? E o que impulsiona a Lua, a Terra com sua gravidade? E então o que move a Terra, o Sol? E o que move este?

Existe um muro na razão elementar de um flor, e a mesma razão se encontra na elementar que move o Universo. Como se fossem espelhos, reproduzindo a mesma face. Agora vejo em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido, e saberei da lei que sustenta o Universo. A lei da gravidade, sustenta nossos pés à Terra, e qual Lei sustenta o Universo? E qual força faz a semente vencer o solo, a terra e o ar, revelando aos olhos do poeta uma bela flor em tons vermelho, azul ou amarelo? E afinal o que move o poeta? Se existe a lei da gravidade que nos sustenta a Terra, existe a razão mais simples que sustenta o Universo, e se vencermos qualquer uma elementar, chegaremos a mesma lei que sustenta todas as coisas. Cabe porém uma última pergunta: qual seria então o supremo Legislador desta Lei?