Reflexões sobre o Universo - Parte II

Continuação de Reflexões sobre o Universo parte I

O que está do outro lado do muro aponta e faz movimentar todo o ser (flores, mar, vento, etc.) de uma forma ordenada, como se soubesse o que estivesse a fazer. Nada no Universo está em desordem, ou como teimam certos filósofos a dizer que o que impera neste mundo é o Caos. Se fosse o Caos, caros amigos, por que as flores quando estiverem prestes a florir não mudariam sua rota, por bel-prazer, e decidiriam ser, por exemplo, uma árvore de pêssegos? Por que a galinha cansada de ciscar o chão, não levanta seus olhos e assim mudasse a ordem de suas partículas fazendo com que suas asas a levantassem e vencesse os céus como uma águia? Todas as coisas neste Universo estão em equilíbrio, mesmo que aos nossos olhos pareça distintamente, mesmo porque nossos olhos enxergam meia porção do que muitos animais “menos desenvolvidos” são capazes de enxergar. A sincronia que move o Universo coloca cada estrela no seu devido lugar para que assim forme constelações, figuras ou até nomes para os enamorados... Algumas estrelas brilham sós, outras porém estão em trio ou em quarteto. Mas ora, que desordem é esta que é capaz de sustentar a mais bela pintura do Universo? Serve aos poetas, aos matemáticos, aos astrólogos, e astrônomos, mais qual deles com toda a sua altivez e ciência pode mudar um milímetro o caminho das estrelas, e quando mudar o quadro, dizer a determinada estrela: "aproxima-te do Cruzeiro do Sul” e esta move-se instantaneamente formando uma nova figura, um pentagrama, por exemplo? Qual homem com todos os seus saberes pode compreender o Universo e delimitar o que é Caos e o que é Ordem? pode este mesmo homem pôr lindes no Universo com mil e quatrocentos gramas de “massa cinzenta” ("cérebro) formada pelo Caos (que este homem possivelmante defende)? e que permite a este mesmo homem, pôr ordem, ou pelo menos, dizer o que se entende por tal, no Universo que nem mesmo tem capacidade de conhecer todo? A cada nascer do Sol, levantando-se o Astro-rei, imponente ao Leste de nossos corpos, faz levantar nossos olhos para as tão belas pinturas que nos rodeiam: o céu em seu colorido festivo, os pássaros como em uma sinfonia, misturando canto e acrobacias no ar; o orvalho descendo suavemente sobre as folhas macias, e as plantas, assim como se tivessem sorrindo com o novo dia. E os homens encantados com tais belezas, retiraram da natureza, pincéis e tintas, desenhando a vida e todas as coisas que a cercam, com seus olhos brilhando advindos da inebriação por ver tantos mistérios que nos circundam. E na ânsia de copiar, inventaram flores de plástico, bem como a arte abstrata para dizer que sabem criar belezas diferentes das já existentes no mundo. Invejosos. Uma inveja, inocente e por vezes pura, na ânsia de tentar criar belezas como a razão última que movimenta todas as partículas para formarem tão belos quadros. Cabe, por fim, perguntar, em meio a tantas belas pinturas, quem move os pincéis deste Universo?