Espinho na Carne

Os olhos marejados

Ainda cansados

Soltaram gotículas de orvalho;

As folhas subtraídas

Silhuetas em frangalhos

A beira do caminho sem vida.

Tudo isto é pela saudade

Que ficou as custas de alguém

Alguém que chora copiosamente;

Ainda ferida, porém não desiste

E sai escapelada pelo vento

Varrida pelo outono, amontoada persiste.

Todas as formas de amar

Esgotou em teus seios

Todas as rosas debruçaram a lacrimar;

Há tanta vida lá fora

Espinhos, na carne esfacelada

Há tanta vida só não a mais tempo.

Christine Aldo

São Paulo, Novembro de 2013, no dia 26