DESPEDIDA

Só quem ama é quem fica

Quem parte não tem amor

E a paixão sacrifica

O coração sofredor.

A dor do adeus é latente

Pode até ser controlada

Mas permanece na gente

Oculta, doendo, incubada.

E como uma folha seca

Que o vento não dá destino

Deixa o pensamento tonto

Sem norte, qual clandestino

Vagando e indagando

Sem rumo, sem oriente

Vai o pensamento amante

Atônito, inconsciente

Seguindo o imaginário

De quem se foi de repente.

E no peito de quem fica

Só a imensa saudade

Um vácuo, um oco, um vazio

Baixando a imunidade.

E na partilha do amor

Quem parte tem opção

Quem fica só herda a dor

A fossa, a solidão.

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 03/01/2014
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