RUÍNAS


Em ruínas me tornei, desmoronado pela ordem natural das coisas. Impossível rebelarmo-nos contra ela, é mais forte e derruba-nos sem apelo nem agravo.
É como um espinho que tentamos arrancar sem o conseguir, pese embora o labor.
Sei que a dor atenuará com o tempo, tal como o sol da esperança surge após a tempestade da mágoa.
O caminho, segui-lo-ei, de acordo com os desígnios de Deus, certo da minha fragilidade como ser humano. Mas esta lição, da nossa infinita fraqueza, de que apenas nos lembramos em acasos infelizes, faz reconhecer que não somos nada, do nada surgimos e ao pó retornamos. Por isso há que viver com amor no coração, agradecer ao Criador cada dia mais em que respiramos, sermos bons, solidários e tolerantes para com os outros. Essa é a única maneira de sermos realmente felizes enquanto por aqui andamos.


 
6/01/2014



 

Nota do autor: Este texto foi escrito na sequência do falecimento da minha mãe, ocorrido no dia 29 de Dezembro de 2013.