25 anos de nós dois,em mim

NA TARDE DE 13 DE JANEIRO DE 2014

PENSAMENTOS EM ORDEM ALEATÓRIA

• Não aprendeste nada do meu entusiasmo e eu aprendi quase tudo do teu des-ânimo.

• Assumo toda a responsabilidade pelo que fiz e não fiz da minha vida, embora nunca tenha agido sozinha.

• Não quero que te percas do melhor de ti mesmo. Se já te perdeste, urge que encontres o caminho de volta.

• Já paguei, com todos os juros, cada um dos meus pecados. Não me crucifiques mais.

• Se tu pensas bem antes de usares tuas palavras irrefletidas... suspendo meu pensamento para que eles não possam ir até o fundo... seria o abismo absoluto, cuja dor eu não suportaria.

• Tanto sonho... tanto enlevo... tanta espera... tanta dor... tanta condenação... Quero ainda ter forças para ousar erguer minha taça de vinho... em brinde a nós dois... pelo menos, ao que poderíamos ter sido...

• Tua boca cerrada desde sempre... como dizer desta Dor?

• Nunca eu quis fazer do amor, um jogo. Eu, nunca. Eu, não.

• Ah, seres outros de nossas vidas... passo minha vida a vos pedir perdão...

• Compactuo contigo há uma vida. A que preços, meu Deus!

• Nos tempos fora do tempo em que nossas almas voavam juntas para céus e mundos sem nomes... fomos deuses... fomos deuses...

• Ah, nunca o tempo comum nos coube... nunca nos coube...

• Se tu desapareces de mim, desaparece-me, também, a Poesia, com toda a sua luz, com toda a sua sombra...

• É possível, mesmo, que tenhas te esquecido de nós dois?

• Não consigo tocar todos os teus eus. Quantos dos meus eus consegues tocar?

• Minha vida, minha vida mesma, te importa, ainda, como me importa sempre a tua vida mesma?

• Porque meu amor sempre sem saída, aprendi a amar todos os seres que te amam e que fazem parte do teu mundo, para meu amor por ti poder permanecer, poder permanecer perto de ti. Parece-me que viste isso como traição.

• O tempo passou... envelhecemos... Não deve haver, em ti, nem sombra de desejo por mim...

• Se eu não te houvesse conhecido, talvez pudesse ser uma pessoa como as outras, não este ser de outro planeta a falar língua ignota... E tu? Se não me houvesses conhecido... talvez fosses o mesmo que és... o mesmo que sempre foste...

• Ah, o silêncio que sempre me deste e me dás: que céus abissais!

• Hoje, creio que só me restou o papel de mãe, não apenas para ti.

• Pudera eu ser mãe de mim mesma, também. Acalentar-me... Proteger-me... Projetar-me imagem de um futuro...

• De tudo, fica sempre a certeza de que, como diz Calderón de La Barca, “A vida é sonho”. Poderia ser completa e perfeita a sensação... Minha mãe é real.

• Quanto a mim, parece-me que já nasci destinada a nunca me sentir, de verdade, real.

• Enfim... 25 anos... Deixei-me passar... De certo modo, o mundo sempre esteve do lado de fora da janela... e eu, do lado de dentro... da janela. Não tenho, efetivamente, a quem culpar... sequer a mim mesma.