Amarela é a cor de janeiro.
Abria sua agenda, cheia de frases e poesias, e via nela um ano colorido.
Para cada mês uma cor diferente, representando as diversas fases que viriam.
O tempo estava passando depressa.
Havia cinco dias que não escrevia nada na agenda.
Sentiu-se perdida, mais uma vez.
Metade da tarde e ela acordava procurando algum sentido para o que havia fazendo de sua vida:
Levantar, tomar banho, escovar os dentes, passar o café, comer, lavar a louça... Ir pra academia, ler, ficar no computador perdendo tempo em redes sociais, conversar no skype, comer, dormir... e blá blá blá.
(...)
Era amarela mesmo, a cor de janeiro, sem dúvidas!
Janeiro é verão, é sol, é calor.
Janeiro é início, é tentativa.
A cor amarela é inspiradora.
É luz, é prosperidade!
Combina muito bem com o Janeiro.
(...)
Janeiro estava exatamente ao meio, quando ela despertou.
Metade do mês amarelo, metade das tentativas, metades...
Meio aturdida, feliz, estranha, feliz, alto astral, confusa...
Quase aos 23 anos.
Dois passos para 30 e para 50 nem se fala.
Atordoada, mas alegre.
Renovada ou quase assim!
Enlouquecida apenas com a pressa da vida! A pressa das pessoas.
O preço das coisas e a falta de valores!
(...)
Um café, um biscoito, um beijo e um abraço.
Um filme, uma música, uma saudade e um amigo.
O céu, uma flor, um instante, um dia.
Um suspiro, uma cerveja, outro abraço e um cigarro.
O pôr-do-sol, uma noite, mais um dia, outra vida!
Um amor, um doce, um copo d’água e um olhar.
Os pés descalços, a brisa, mais uma noite, outro instante.
Duas línguas, um sorriso, a harmonia e a cor azul.
Uma página em branco, uma caneta, a poesia.
Um pensamento, uma dádiva, euforia!
Sorriso bobo, fim da história, termina o dia!
Um mês amarelo! Amarelo alegria!