Cibercultura
 
  Hoje o tema do meu pensar é o espaço virtual, que de virtual tem apenas o nome, tornou-se uma extensão do mundo real. A cibercultura é os agenciamentos sociais no espaço virtual eletrônico. Nunca tivemos acesso a tantas informações como temos hoje no ciberespaço. Pierre Lévy um filósofo da informação afirma: “As atividades de pesquisa, de aprendizagem e de lazer serão virtuais ou comandadas pela economia virtual. O ciberespaço será epicentro do mercado, o lugar da criação e da aquisição de conhecimentos, o principal meio da comunicação e da vida social”.
   A internet e outros mecanismos de comunicação estão a cada dia facilitando a comunicação entre as pessoas de todo o mundo. Outrossim, as relações se constrói seja no campo social, econômico, político e etc. Os sujeitos se globalizaram através das redes mundial de computadores. Vimos recentemente um grande clamor político nas ruas do Brasil e grupos se organizando para manifestações via comunidades na internet.
  Conforme dito no inicio desta breve comunicação o real não é uma oposição o virtual como habitualmente o senso comum se posiciona. O virtual é a manifestação da vida real, uma extensão por meio de mecanismo imaterial. O mundo virtual multiplica as possibilidades de atuação da vida real.
   Outro filósofo francês Jean-François Lyotard diz: “É razoável pensar que a multiplicação de máquinas informacionais afeta e afetaria a circulação dos conhecimentos, do mesmo modo que o desenvolvimento dos meios de circulação dos homens (transportes), dos sons e, em seguida, das imagens (Mídia) o fez”.
  A nossa própria condição existencial concreta nos dispõe a vivermos separados espaço-temporalmente, e o desenvolvimento da informática/internet possibilitou os indivíduos partilharem o conhecimento, virtualizando o saber, onde todos se encontram e formam uma única grande rede.
  Antes do desenvolvimento da internet os mecanismos de interação eram limitantes à esfera do sujeito particular. Os meios que dispúnhamos eram “Um-Um” (telefone) e “Um-Todos” (televisão, rádio, jornal). Com o advento da internet para Pierre Lévy fez com que atingíssemos o estágio comunicativo por ele denominado “Todos-Todos” onde todos os usuários da grande rede são criadores e partilhantes de informações e conhecimentos. A disposição “Todos-Todos” promove uma vida coletiva entre todos transpondo a barreia física temporal que distanciava as pessoas das outras.

"Para pierre Lévy, a progamação da internet gerou um estado comunicativo denominado "Todos-Todos", ocasionando o que ele acredita ser um estado de "inteligência coletiva", em que todos partilham seus conhecimentos e saberes"
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  Mas todo esse aparato que a vida em rede possibilitou ao ser humano partilhar o conhecimento, e estabeleceu uma comunicação, relação “Todos-Todos” não esfriou a relação afetiva entre as pessoas no mundo real? É comum chegarmos à uma pizzaria, bar ou qualquer outro lugar de  aglomeramento de pessoas e vermos um grupo de pessoas, todos conectados nos smarphones e tablets. Todos no mesmo espaço-tempo distantes um do outro, preferindo se conectar e se distanciar do calor da conversa inter-pessoal face a face. O filósofo Renato Bittencourt nos questiona diante disso: “Todavia, há uma curiosa tendência a se dizer que a Internet consumou o esvaziamento das relações pessoais. Será que é mesmo a Internet a motivadora por excelência da separação afetiva entre as pessoas? Ou não seria talvez o ritmo vertiginoso das relações de trabalho, os inúmeros problemas de infraestrutura da sociedade contemporânea que motivam esse distanciamento interpessoal?”.
  O fato é meus caros amigos a era da informatica possibilitou uma vivência multilateral. E graças a essa nova dimensão virtual da nossa existência estamos nós aqui no Recanto das Letras partilhando nossos textos que vai desde o elementar a artigos científicos.