MADURO
Após muitos anos, ele olhou para fora
percebeu que nunca havia saído de seu mundo
se perguntava os motivos
não admitiria nem a ele mesmo
todos os obstáculos que atravancavam seu caminho.
Como numa prisão sem grades,
recusou, se quer a olhar a janela,
talvez por medo da imensidão,
e de não desfrutá-la durante décadas.
Mas isso já é passado, e sente no fundo como alguém que nasceu
com novos olhos, enxerga hoje os diversos muros imaginários
que por anos taparam as paisagens e as possibilidades.
Sempre a mesma maneira reta de pensar,
como uma processadora, moia tudo que fosse,
empacotava em caixas iguais, ou seja,
padronizando fatos, emoções, sentimentos.
Esta "frieza" o ajudou a passar pela vida ileso,
mas um dia, como não poderia deixar de ser
a necessidade de sentir, bateria à sua porta,
então como um aluno da primeira série,
ele teve que aprender a sentir,
e isso mudou sua vida.
Ao olhar para trás, vê todas as estradas que passou
até chegar aqui, agora. Feliz!!!