Nossas diferenças nos tornam iguais

   Viver em sociedade é constantemente esbarrar nas nossas diferenças. E são as nossas diferenças que nos tornam iguais. O princípio básico da democracia é a liberdade de consciência, de cada pessoa ser o que é ou o que deseja ser. Não se trata de um princípio de identidade A=A e sim A=B, somos iguais à medida que somos diferentes, um diferente é igual a outro diferente digamos assim. O problema é a intolerância à diversidade de personalidades, ideologias, preferências e etc...
  Ontem fui a um happy hour com amigos (a), uma colega economista, um sociólogo com tendências marxistas, e outro que ainda não sabe o que deseja e vai começar mais uma graduação, agora em psicologia, tirando a mim todos são gente boa. Após curtir um pop rock nacional/internacional e também algumas batidas com influência reggae. E convenhamos alguns copos de cerveja, na parte final do happy hour o diálogo tornou-se mais ácido e atrativo. Cada um vomitou a mesa suas ideologias e perspectivas, uma colisão de conhecimentos e vivências. Eu, digamos que fui o mediador da mesa de discussão embora tivesse participação efetiva. E gostei de presenciar um confronto onde cada um defendeu sua posição, deixando alguns feridos e sangrando é claro, mas a discussão não saiu do plano intelectual para ofensas pessoais, algo que corriqueiramente acontece nas mesas redondas e círculos de discussões, não temos o dever de respeitar ideias, mas pessoas sim.
  A democracia pode não ser o melhor sistema de governo, todavia considero o menos pior dentre os que eu tenho conhecimento. Deste modo, vamos mais que aceitar as nossas diferenças, vamos viver as nossas diferenças. A tolerância exerce papel chave para uma convivência de conflitos, mas pacífica, você não tem o dever de concordar com a religião, questões de gêneros sexuais, capitalismo, socialismo e etc, mas isso não te dar o direito desrespeitar essa pessoas.
 Comumente vemos o jargão, “a minha liberdade vai até a liberdade do outro começa”, uma noção equivocada, sendo assim, a liberdade constituída de blocos, alguns poderá possuir um bloco maior de liberdade em detrimento a do outro. Eu diria que a minha liberdade se completa com a liberdade do outro, como posso dizer que sou livre se meu semelhante é cativo? É lógico que justificar isso é uma tarefa árdua diante da individuação e propriedade privada fomentada pela sociedade ocidental, mas é por aí, não quero adentrar em pormenores apenas instigá-los a reflexão consciente.