O Dia Seguinte



“O dia seguinte presenteou o Mundo com uma dessas manhãs tão bonitas que os seres humanos certamente perceberiam caso não estivessem tão interessados em vencer na vida em vez de vivê-la e assim compreendê-la” do livro Sandra na Terra do antes de Fausto Wolff de 1979. Antigo, não é?

Os leitores me perdoem a pretensão, mas, não é, não. É bem atual. E se tivéssemos aprendido alguma coisa com as manhãs, com natureza, com os animais talvez não tivéssemos tanta violência, tanta discriminação ou preconceito.

O mundo, a terra, é um paraíso de exemplos de harmonia e convivência com as diferenças, exemplo de tolerância...

Quando vamos esquecer o ontem, suas decepções e tristezas, seus desafios não vencidos e não resolvidos para pensarmos no hoje, novo, nova oportunidade resolver e desvendar os desafios não resolvidos.

Cada noite vamos dormir para reabastecer o corpo de energia, aumentar nossa existência no sono. Ao acordar estaríamos refeitos, prontos para mais um “empate” ( Chico Mendes usou muito esse critério. Não sou do partido dos trabalhadores, sou fã de homens honestos, verdadeiros, realmente solidários) dar as mãos e não deixar que a violência tome conta da situação evitando-a a todo custo.

Em vez de força intelectual, usamos a força da palavra para atacar o semelhante, usamos a força física para impor-se aos outros, usamos do preconceito para rebaixar nosso semelhante, usamos da discriminação para manter afastado o suposto concorrente... E assim passa o dia que de claro e iluminado pelo amor de Deus fica só no levantar da cama, que se continuássemos deitados, pouco importância teria para humanidade.

O dia presenteia o Mundo através da bondade de Deus que nossa ignorância não pode perceber, deixa passar e quando escurece novamente é que se lembra que houve claridade, que houve Sol, que houveram tarefas a serem feitas, e que não deu tempo. E o tempo não esperou. Foi-se triste, só e fechou os olhos na noite para também se refazer de ter se empenhado tanto e nada conseguir. Vai revigorar-se e surgir na manhã próxima claro e forte novamente esperando a atitude de mudança de cada ser humano; esperando que venha a ser – duradouro - e não somente ter - passageiro e fútil.