As chances de Deus
Quantas chances Deus nos dá?
Certamente não é quantas queremos, nem quantas as pessoas querem.
Deus nos dá quantas chances merecermos, conforme os compromissos que estivermos dispostos a aceitar.
Esses compromissos competem somente a quem os assume antes de vir a este plano ou após situações de trauma extremo, em um momento em que o acordo para uma vida, ou sobrevida, terrena está sendo costurado.
Assim, por mais que amemos alguém que esteja passando por um momento complicado de decisão entre o plano espiritual e o carnal,
choremos apenas o necessário, pois nos é de direito. Fora isso, procuremos suportar a nossa dor e manter o equilíbrio o máximo possível. Afinal de contas, aquele que está sofrendo fragiliza-se ainda mais quando nos mostramos desesperados e entregues à falta de esperança. Não se trata de frieza, mas de ter fé e força para superar os obstáculos e aceitar as determinações Divinas, sejam elas quais forem, pois não nos foi dado a capacidade de entendê-las.
Quanto aos pedidos de segunda chance para alguém querido, façamo-los, pois como já dito, nos é de direito e quem ama de fato e incondicionalmente quer sempre junto a si a pessoa a quem destina o seu sentimento.
Entretanto, e espiritualmente falando, tornam-se necessários alguns questionamentos.
Primeiro: por mais evoluídos que sejamos e por mais conhecimentos que tenhamos, não temos acesso ao todo do mundo espiritual. Nesse caso, o que fazer?
Segundo: se não temos acesso ao todo do mundo espiritual, como saber se a pessoa, cuja permanência desejamos entre nós, já cumpriu ou não a sua missão?
Terceiro: considerando os dois itens anteriores, será que a pessoa cuja permanência entre nós desejamos, deseja, com a mesma intensidade que nós, permanecer entre nós?
Não! Não é jogar a toalha e nada fazer, como talvez pensem alguns. Significa deixar nas mãos de Deus e confiar para que o melhor aconteça. Porém, nunca nos esqueçamos de que aquilo que julgamos ser o melhor, quase nunca coincide com o que Deus tem traçado.
Além do mais, algumas vezes pode ser um pequeno “egoísmo” de nossa parte querer algo que o outro talvez não queira, por saber que lhe traria mais sofrimentos ainda.
Continuemos, por fim, com nossas preces e orações, mas focando e pedindo que a infinita Sabedoria Divina nos dê forças para suportar a queda e que ilumine o caminho daquele por quem pedimos, aliviando, assim, o sofrimento de todos. Desta forma, preparamo-nos também para momentos de alegria duradoura em qualquer plano que seja.
Cícero Carlos Lopes – 16-02-2014