O Poço

As músicas já não me acalmam mais, as pessoas já não me alegram mais, fingir já não adianta... Estou caindo nesse poço sem fim. Você não segurou minha mão, desistiu de mim. E o que eu faço aqui embaixo? Apenas lamento. Lamento por você, que foi fraco e me deixou cair, mas também lamento por mim, que deixei que você me segurasse. Espero que daí de cima você possa ter tudo aquilo que eu não te dei, que você conquiste tudo que estiver ao seu alcance. Não finja que está triste, seque essas lágrimas falsas. Você nunca se importou e não vai ser agora que vai começar.

Dou voltas e voltas nesse poço, o espaço é bem pequeno, mas é melhor do que ficar parado, esperando o impossível acontecer. Eu, sempre tolo, ainda fico com a esperança de que você sinta a minha falta e venha me buscar, pular nesse poço e me dizer que vai ficar tudo bem, que você não vai me deixar, nunca. Ai eu percebo o quanto idiota eu sou e choro, não porque você não vai me buscar, mas porque eu, no fundo, tenho uma gota de esperança.

Não sei há quanto tempo estou aqui, o tempo parece que não existe aqui embaixo. Não sei quando é noite, ou quando é dia. Será que você está numa praia, tomando um belo banho de sol? Ou será que está na sua casa, olhando as lindas estrelas que povoam o céu? Sempre quis passar esses momentos juntos com você, mas você nunca estava lá para mim.

Passarei os meus últimos suspiros aqui embaixo, pensando em você, rezando por você, desejando que logo quando nos conhecemos, que você tivesse falado comigo, e não me deixando ficar sem rumo, num amor platônico. Passarei os meus últimos suspiros aqui... Amando cada vez mais.

Cristiano Fontes
Enviado por Cristiano Fontes em 21/02/2014
Reeditado em 22/02/2014
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