Uma só Alma

Vento que passa

Assanha meus cabelos

Leva consigo todos pensamentos...

Sinto na pele o cheiro do nosso pecado

Impregnados estão

Não pude me livrá-los;

Ando meia que sem destino

Na contramão da saudade

Ouço ao longe a tua voz

A desvirtuar as minhas passadas

Logo perco a paz

Não sei mais distinguir

O real da ilusão

Utopia da minha imaginação.

Me ponho a pensar nas perdas e danos

Que causaram o nosso relacionamento

Eu e você crucificadas juntas

No madeiro social

Vítimas de uma sociedade conturbada.

Estamos presas no calabouço

Calamitoso das incertezas

Acorrentadas a sete chaves

No preconceito absurdo.

Desça agora o vitupério da imoralidade

Despi a tua alma e lança a tua sorte

Mediante ao jugo dos repugnantes

Estamos nua, eu e você

E sangramos na nossa carne

Esfaceladas pelos escarnecedores

Açoitadas por olhares deturpados.

Venha até mim agora

Juntemos uma só carne, uma só vontade

Deixemos o próprio amor nos matar.

Todo suor transformar-se em lágrimas

Toda lágrima transformar-se em sangue

Ainda assim resistiremos;

Quando destruírem a nossa carne

Toda a reputação exacerbada

Então não poderão discernir

Quem sou eu, quem é você;

Porque a cegueira do preconceito

Não pode enxergar a beleza da alma.

Somos uma só alma

E nascemos para morrermos juntas

Quando te olharem no espelho do preconceito

Todos verão o reflexo do meu rosto

Te amando sem limites e sem precedentes

Façamos o agora!

Para confundir os ignorantes.

Christine Aldo

28 de Fevereiro de 2014