OS SÁBIOS DO NOVO MILÊNIO

Os antigos sábios se apegavam a detalhes simples para verificar situações de extremismos e anomalias. Um sábio chinês, por exemplo, convidaria você para tomar uma xícara de chá, se, quando ele tivesse enchendo a xícara derramasse o chá, o assunto dito por você estava um saco, você era um mala.

Hoje, os sábios são mais novos, justamente para adequar-se ao modelo de sociedade que excluí os mais velhos, preferindo assim os mais jovens; isto deve ser porque estes jovens consomem todas as porcarias impostas por nossa sociedade, como batatinhas fritas, tênis e roupas de “marca”. Pois bem, somos a sociedade das batatinhas fritas, a um passo de fritar de vez.

Mas, não fugindo do tema, para não zerar no vestibular, estes novos sábios utilizam-se de coisas simples, como os nossos amigos de priscas eras, para compreender a quintessência do homem, e também da mulher (chega de machismos subliminares).

Utilizando-se de tecnologia barata, aproximadamente sessenta e cinco centavos (para ser mais chato), você adquire um miojo; você, ainda, pode escolher o sabor, isto não irá influir no processo de sapiência que iremos ensinar.

Convide um amigo(a) para preparar o referido miojo, e aguarde na mesa para que ele o sirva. Pois bem, quando servido verifique a maciez do macarrão (amigos cozinheiros, me perdoem a imprecisão terminológica), se “duro” prova-se que seu amigo(a) não retirou no tempo certo, tirou precipitadamente, assim você verifica o grau de ansiedade do seu amigo(a). Ainda, se faltar o tempero provavelmente ele anda cheio de problemas , estando meio desligado no que faz. Se ele servir o pacote fechado dentro da panela, pague um curso de culinária, pois frente ao extremismo estamos em uma anomalia, a mesma que falamos no início do texto.

Tudo bem que pareça idiota, não vejo mal algum nisto. Mesmo por que, tal não se distancia em nada do projeto dado as pessoas em nossa sociedade, que visa formar homens, aptos no máximo, a fazerem um miojo bem temperado e macio.

Assim como o miojo, vivemos a sociedade do instantâneo, do imediato. Mas isto não interfere no potencial de um suculento miojo, inclusive poderíamos utilizar as batatinhas fritas de que falamos antes, e instigar um movimento contra a subnutrição no Brasil, poderíamos ainda, acrescentar letrinhas ao macarrão, e, ao mesmo tempo que saciamos a fome de muitos, iniciamos um processo de alfabetização, assim como o miojo: instantâneo e superficial, bem como os sonhos daqueles que vivem guiados pela nossa tão amada sociedade do umbigo.

Chesman Emerim
Enviado por Chesman Emerim em 02/05/2007
Reeditado em 02/05/2007
Código do texto: T471848