* Poemias*

Às vezes me pergunto

O que move meu mundo

Tem horas que sou tão calada

Não falo quase nada

Mas vou sorrindo

As voltas

Com o anjo anjo que me maquia

E me deixa assim

Tudo parecendo fácil, mas não é

Tento apenas, não transparecer

Para não sofrer

Tem horas que engulo o choro

Assim ameniza a dor

Vou colocando tudo no papel

Passo a escrever o que não falo, descarrego os meus pensamentos

O que sinto, vejo, não compreendo, coisas lindas e insanas

E já vi e ouvi muitas coisas nessa minha trilha

Sinto que a cada dia estou mais para pedra

Não permito que as coisas me afetem como antes

Fiquei mais dura, escondo meus gestos de ternura

Por medo?

Não...apenas precaução

Minhas pedras sendo lapidadas, para serem diamantes

Nem mesmo uma mascara nos impede de sermos quem somos

Esconderia minha face, mas não meu olhar

Sempre atento, espreitando tudo, como caça

Horas como bicho...acuado.

Estamos presos a tantas coisas

Escolhi ser livre

E no entanto estou presa as minhas lembranças

Sinto saudades dos amores que vivi

Amei, fui amada, fui amada e não amei

Me entreguei...vivi

É isso que importa

Ah minha infância, tantas saudades

Desde tempo de criança, correndo pela rua de pés descalços

jogando bola, empinando minha pipa

Achavam tão estranho...e eu?

Nem ai, era livre, inocente...queria mais era saborear os prazeres daquele momento

O de viver, tomei banho de estrelas e de luz do mais lindo sol

Rolei na relva e pedalei nas asas da minha imaginação de pureza

Cresci

Em mim a criança de outrora, com cicatrizes nos joelhos da memoria

E não é por medo de envelhecer

Essa eu espero que chegue...

Mas ainda quero sentir, o frescor do dia de chuva, o cheiro da terra molhada

Andar em cada manhã em inocentes cordas bambas, pelo simples fato de existir

Sorrir com o olhar angelical de criança travessa que faz traquinagem

E ser repreendida

Cresça...parece uma criança num corpo de mulher

Entre sorrisos

Não! Não quero que aperte o botão pausa da vida

Quero ser menos dura, menos exigente, menos adulta

Quero mais dias de sol, mais sorrisos, abraços quentes

Um novo amor, senti-lo chegar aquecendo meu interior

Deitar minha cabeça a seu colo e, calada olhar o horizonte

Ouvindo ele falar sobre o nosso amor

Me perder no tempo, relembrando tudo o que passou

Estou sonhando acordada, devaneando...

Estou bem, muito bem

Quero tudo de novo, errando, quem sabe corrigindo os erros que cometi na tentativa de acertar

Não quero ficar parada vendo o amor, o tempo...a vida passar

Marcando...machucando...endurecendo

E quando a velhice chegar

Terei tanto pra contar sem mascaras

Porque da vida não sabemos o que é o certo

Negraapd
Enviado por Negraapd em 09/03/2014
Reeditado em 09/03/2014
Código do texto: T4721353
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