UMA MÃO CHEIA DE NADA...

Um corpo vestido e uma mente enchapelada

Rios lamacentos encobertos pelos adornos

Palavras insípidas que cabem dentro de fornos

Como tempestade de raios que varre toda a manada

Altas voltagens que de muito têm pouco

Risos histéricos sobre histórias de mau gosto

Traços sem cor que atravessam todo o rosto

Brados mesquinhos neste mundo falso e louco

Conclusões débeis sem solução à vista

Fugas à verdade evocando ser absentista

É o retrato de seres que atacam pela calada

Vagueiam por chãos sorrindo à morte da vida

Mergulhadas numa angústia doída

Guardando em si uma mão cheia de nada

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 10/03/2014
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