FRIO...
Sinto a neve que cobre a montanha
Um manto alvo que não tem distância
Um céu onde o sol repousa
E a noite adormece protegida pela lua
Frio…
Tenho as mãos frias
O corpo treme-me à cadência das horas
Regela-me a mente que me tolda o pensamento
Diz o povo, na sua ancestral sabedoria
Que devo ter o coração quente
Não o sinto
Ou então o termostato da vida
Congelou-me funções que deveriam estar vivas
Olho em redor e vejo corpos lentos
Que se movimentam porque lhes restam as últimas forças motoras
Mas que já não pensam
Com a capacidades de reacção ligadas a máquinas em decadência de esforço
Morrem por dentro, porque fora já pouco existe
Frio…
Tenho tanto frio !...