FRIO...

Sinto a neve que cobre a montanha

Um manto alvo que não tem distância

Um céu onde o sol repousa

E a noite adormece protegida pela lua

Frio…

Tenho as mãos frias

O corpo treme-me à cadência das horas

Regela-me a mente que me tolda o pensamento

Diz o povo, na sua ancestral sabedoria

Que devo ter o coração quente

Não o sinto

Ou então o termostato da vida

Congelou-me funções que deveriam estar vivas

Olho em redor e vejo corpos lentos

Que se movimentam porque lhes restam as últimas forças motoras

Mas que já não pensam

Com a capacidades de reacção ligadas a máquinas em decadência de esforço

Morrem por dentro, porque fora já pouco existe

Frio…

Tenho tanto frio !...

Ângelo Gomes
Enviado por Ângelo Gomes em 25/03/2014
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