DA ALEGRIA...

Ando, com meu "Farol", na tirada diogeneana, à procura de gente Alegre. Não penso em prazeres, passatempos ou divertimentos.

Alegria, nos termos de Adam Portkay (A História da Alegria), é o deleite da mente em razão de algo que ocorre ou que parece certo que ocorrerá em breve.

De modo que o Desejo é fenômeno essencial. Schiller escreveu - e Beethoven utiliza na Nona Sinfonia -, o seguinte: "Alegria, ó bela faísca de divindade". Ouço sarcasmos, compreendo. Consciências esterilizadas que sequer suspeitam de um querer industrializado, um agir ansioso e depressivo, individualeiro.

Na verdadeira alegria, conforme síntese de Cornel West, tentamos atingir aqueles valores não mercantilizados - amor, carinho, bondade, atenção, solidariedade, a busca da justiça - valores que oferecem a possibilidade de unir as pessoas.

Alegria é resultado de escolhas. Jamais a encontraremos nos hipermercados da vida, em caminhos que nos atirem a lugar nenhum, em inundações eróticas, em solos viciosos, no culto à trindade PPP - propriedade, prazer e poder.

O Mestre, ao se despedir dos discípulos, ensinou: "Eu vos digo isto para que a minha alegria esteja em vós e vossa alegria seja plena".