NENHUM LUGAR NO SEU MUNDO

NA MANHÃ DE 01 DE ABRIL DE 2014

Eu me dou conta de que, no seu mundo, no real objetivo dos dias, bem como no seu próprio interior, não há mais lugar para mim, nenhum lugar que me caiba, ainda, ocupar. Não tenho forças para continuar viajando sozinha nessa rua sempre tão estreita de mão única.

Vou permanecer com você porque, para mim, é sempre tarde demais para esquecer, como diz o título daquele filme antigo. Vou permanecer com você, só dentro da alma, só no meu sonho, ainda, de reequilíbrio e de paz para você; do reequilíbrio e da paz que consiga, ainda, para mim. Não há mais um “nós” de que se possa falar. Há muito já não há.

Hoje é o dia da mentira, mas, pretendo que seja verdade o que me digo aqui. Tenho que me fazer o mais invisível que possa, o mais invisível que consiga, à exceção do Recanto das Letras, onde encontro refúgio, e de um outro site onde, de vez em quando, publico também algum texto. Fazer-me invisível, inaudível para você. Julgo que não existe outro caminho. Julgo que já não exista mais. Julgo que.