MISÉRIAS, MEDIOCRIDADES, GRANDEZAS

NA MANHÃ DE 04 DE ABRIL DE 2014

Se alguém me aceita nas minhas misérias, mediocridades e em uma e outra grandeza que eu tenha, é porque me ama; do contrário, talvez só creia que me ame ou, talvez, tenha mesmo a certeza de que não me ama, de que não me ama, mesmo.

É mais ou menos o que eu própria sinto em relação a mim: se me amo, é com um amor medíocre... medíocre que só. Tomara que alguém nesta vida, na chamada vida real, me ame um pouco mais e melhor do que me amo a mim. Tomara que. A despeito da filha precária e cheia de pecados que sou (a função de filha/mãe é a única que me restou) creio que minha mãe, apenas minha mãe me ama no e pelo que sou. Apenas minha mãe. Sei que não é tarefa das mais fáceis. Eu o sei. Não é fácil amar a uma pessoa que precisa viver o tempo todo ao avesso das necessidades de sua própria e verdadeira natureza. Certamente, não é nada fácil. Só no Recanto consigo respirar, o possível, do que sou.

Algumas pessoas do Recanto me querem muito bem, eu o sei, como eu quero muito bem a elas. Que o Pai me ajude a ser sempre digna do amor e da confiança delas, amém. Se restou em mim alguma qualidade real daquela que um dia fui, talvez seja só essa sinceridade terrível, visceral. Não sou dos seres que se iludem sobre si mesmos; com certeza, não o sou. Talvez o Deus leve isso em conta. Talvez. Espero que leve em conta. Espero que, bem como espero que os seres que me gostam no Recanto continuem a gostar dessa precaríssima pessoa que sou, que me tornei.

Bom dia, queridos.