O relógio da solidão

(...) A literatura escorre nos pulmões dos que têm o sol do dia ausente, sacudindo a noite passos finos sob a luz do mar, arbitrando conversas na fronteira da palavra, sempre presente na obra inacabada dos sorrisos resvalando por ruas tortas no abandono ao acaso. Perdidos estão, sussurrando, porque a vida escavou o coração solitário e não satisfeita nele lançou larvas(...)

e o relógio da solidão marca talvez um século ou um giz fino apagando as horas.

Jane Krist