Não esperei o fim da festa!

Não perdi nada. 

Não perdi a festa...
Nem o último gole...
Nem o último trago!
Não perdi.

Eu trago:

Trago simplesmente...
Na memória...
Os goles da vida...
Que eu não bebi.

E a juventude não vivida...
Tal qual um cigarro...
Que virou fumaça...
(minha doce juventude).

Confesso:

Que minto...(que não fui à festa).
Cheguei a ir à festa...
Até certo ponto curti...
De tanto “curtir’...”.
Fiquei curtido.

E como sentir?

Se me fugia o sentido...
Da festa? 

Desapareceu: 

O sabor da bebida (que me matava).
O sentido da noite...(estrelada)...
Que se tornou nublada...
E que nunca acabava.

Fugia-me:

O deslumbre
Da lua...
A nobreza...
Do amor...
Da minha flor!

Noite longa; de anos se passando...
E a juventude ficando...
Para traz!

Esta viagem louca não terminava...
Acabava sim comigo...
Como um castigo...
Pago com juros altos...
De uma dívida já paga...
Para as agiotagens...
E sabotagens...
Da vida!

Graças te dou meu Deus...
Não vi o fim da festa...
Não vi a última dança...
Não bebi a última taça...
Não dei o último trago.
Tive sorte...
E livramento.
Pois:
EU NÃO DANCEI!
É:
Mas tem muita gente...
Que dançou bonito!
E para muitos:
A festa não terminou.
E estão dançando...
Até agora.
E se não saírem da “festa”:
Mesmo que não dançaram...
Podem crer:
Vão DANÇAR!

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