TUDO



Tudo...Pronome indefinido, segundo o Dicionário Luft e o Dicionário Aurélio, quer dizer todas as coisas, o essencial, todos os animais, todas as pessoas.

Tudo o quê? O quero desse tudo? Que porção realmente me é necessário para viver neste mundão de Deus.

Tudo é porque quero ver, sentir, ter prazer de colher uma flor, de ver a flor expor seu botão dar à sua luz uma flor igual, ou melhor, mais viçosa, mais esperta.

Tudo é porque quero ver, perceber todas as cores, porque não quero só branco de não ter cores, de ficar isolado, incolor, pois as cores são ricas e quero ser rica em TODOS os sentidos.

Tudo quero inspirar, inalar, me embriagar desse ar mesmo poluído e contaminado.
Quero ver através das nuvens de poeira a alegria do mosquito irrequieto, pulando, voando, buscando seu sustento mesmo sabendo que tem tão pouco tempo de vida.

Tudo quero respirar, sentir o ar entrando pelas minhas narinas, enchendo meus pulmões mesmo que eu esteja respirando soluços, lágrimas de pó, pois respirar e ver Deus oculto nele, na lágrima.

Tudo posso, tudo quero, tudo pretendo executar, fazer nesses anos em que estou neste mundo; quero sorrir de tudo, amar tudo, sorrir para tudo e para todos; segurar as mãos pequenas, pois são simples espetáculo da natureza para nós e, as grandes, pois sei que já tem presentes importantes para ofertar a todos e, principalmente para mim.

Quero tudo nesse final do meu tempo, quero vibrar, sonhar, rebolar mesmo que sinta as dores da idade; quero cantar mesmo que a voz saia desafinada, rouca e louca.

Quero fazer tudo; tomar vinho mesmo que a pressão recuse e proteste; quero...Quero tudo o que tenho direito. E, agora? Será que tenho direito de ter tudo, de fazer tudo?

Isso já não sei. Mas, quero tudo e continuo querendo...Querer não é poder? Então eu posso e já respondi minha própria pergunta.