* O meu texto “Poeminha do Voto”, nos dois versos iniciais, buscou uma palavra que rimasse com “sina”, daí surgiu “Tia Dina”.
Tia Dina fez uma amiga lembrar a vidente Mãe Diná.
Coincidentemente Mãe Diná morreu no dia em que publiquei o texto.
 
Após saber da morte de Mãe Diná, a curiosidade que nos leva a querer saber o futuro começou a estimular uma breve reflexão.

Claro que quem pretende desvendar os fatos do porvir jamais imagina escutar uma informação negativa ou catastrófica.
Esse detalhe parece implícito na consulta. Se o término de um romance acontece, nunca nós iremos consultar os videntes para ouvir o óbvio “Ela (ou ele) não gosta mais de você”.
De certa forma necessitamos da ilusão.
Seria um desastre alguém ficar sabendo, por exemplo, que, daqui a dois anos, sofrerá um acidente fatal.
Restarão ainda dois anos, mas a morte anunciada estaria ocorrendo no ato da previsão inesperada.
Nesse caso, a previsão poderia ser “Você acaba de morrer!”, pois, saindo dali, a pessoa deixará de tocar o resto da sua vida, apenas inquieta com a morte futura.

Calma! Sei que alguns leitores afirmam que tudo isso é bobagem ou charlatanice. Proponho que mergulhemos no campo hipotético. “Caso seja possível prever o futuro...”.
 
Antes de continuar, sem objetivar aumentar a lenha da fogueira, peço licença para narrar um relato de minha saudosa mãe.
Minha mãe teve cinco filhos, bem mais tarde adotou uma menina.
Quando ela tinha apenas dois filhos, uma cigana passou e escutou ela dizendo que não pretendia ter outros filhos.
A cigana sorriu e disse:
_ Você fala isso, mas ainda vai ter mais três filhos.
Realmente minha mãe teve mais três filhos.
 
Voltando à nossa reflexão, como ficaria Deus nessa história de prever o futuro? Já estaria tudo escrito?
Penso que precisamos distinguir dois pontos nessa discussão.
Somos livres para escolher e fazer, porém Deus sabe o que escolheremos e faremos. Afinal de contas, Ele é Deus.
 
Há bilhões de perfis compondo o ser humano.
Alguns são presunçosos, outros humildes, há os agressivos, existem os pacatos. Cada um, do seu jeito, conforme a sua vontade, decide fazer isso ou aquilo. As lições, o aprendizado e a experiência não cessam de nascer obedecendo às direções as quais adotamos voluntariamente.

As diversas incertezas e possibilidades jamais impedirão Deus de saber o que ocorrerá no ato decisivo.
 
* Sobre Mãe Diná, ela fez um certo sucesso porque muitos desejaram conhecer os passos futuros.
Ela apontou eventuais saídas, deu conselhos, destacou os riscos, insistiu sondando uma estrada que, na verdade, ninguém deve querer sondar.

Como será o amanhã?
Imaginemos que será florido à medida que deixamos as flores caírem ao lado dos nossos atos.
Além disso, basta não cessar de confiar em Deus.
 
* Para os familiares e amigos de Mãe Diná, o nosso carinho solidário!
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 06/05/2014
Reeditado em 06/05/2014
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