A busca.

A busca

Existem coisas que estão ao nosso alcance, logo outras não; Ao nosso poder está a ação, o fazer, o ser, a opinião, o pensar, qualquer atividade que dependa exclusivamente de nós para realiza-la, essas são por natureza livres, irrestritas.

Fora dela está a reputação, a propriedade, resumindo qualquer e toda coisa que não seja pessoalmente nossa, consequentemente de natureza são restritas, dependentes, fracas, alheias.

Me recordo a algum tempo, uma citação na escola, cuja dizia:

- '' Somos como uma folha em branco, que ao passar do tempo vamos sendo preenchidos, e essa é a busca, o preencher''. Confesso que fiquei muito curioso em esmiuçar essas palavras partes por parte, pô-las em conflito com outras ideologias, para então saber, qual é o certo?

Epiteto, grande pensador estóico afirmava que que o caráter estava na própria aceitação do destino pessoal, algo que já teríamos conosco ao nascer independente do meio em que convivesse, o que conflita na famosa frase que o Homem é fruto do meio que vive e essa consequência do meio também diz respeito ao caráter. E agora? Em quem devo confiar?

De parando com nosso dia-a-dia vimos que essas afirmações não são totalmente certas, por que um jovem que vive num favela em meio a bandidos, e ainda sim busca estudar, ocupar seu tempo, não será fruto desse meio em que habita, esse caos não o afetará, então por que necessariamente temos que ser produto desse meio, é claro que haverá sim jovens que entraram para essa afirmação, muito. Logo então o filosofo se baseou pelo todo para fazer a afirmação, mas se basear por todos, se somos seres singulares e muitas vezes egocêntricos?

De fato também somos seres sociais, em contato a todo momento com esse meio que descrever o filosofo, então é válida. Mas, e Epiteto? Percebe que não há diferenças nas duas.

- Dai você se pergunta, não há? Como não há? Num o cara diz que o que nasce com você e no outro que você adquire ao longo de vida e não tem diferença?

- Não, o jovem que rompeu com meio que vive, é o jovem que nasceu com aquilo, e o mesmo jovem que vai viver e preencher cada vez mais, aquilo que é, com a realidade que vive, medindo o que lhe bom ou ruim, não há um certo ou errado, o que são formas diferentes de dizer a mesma coisa, por que como podemos dizer, e fazer esse contraste, se fomos por natureza o todo, feitos ali de mesmas bases?