JUSTIÇA, JAMAIS VINGANÇA

NA TARDE DE 20 DE MAIO DE 2014

Abandonada à própria sorte por quem teria o dever de me compreender e de, jamais, jamais, ajudar alguém a me crucificar; ferida de morte por um destino brutal, por palavras da mais funda injustiça, palavras exaltadas por outrem, seres que não sabem o verdadeiro destino de tais palavras com sua pesada vibração (poderiam ter sido escolhidas outras palavras, sem tal carga negativa com endereço certo); erma dos meus próprios caminhos; erma do conforto de uma palavra de gratidão por parte de quem me deve gratidão e respeito... sigo sem folhas, árvore invernal no deserto. Restam alguns pouquíssimos amigos, no chamado mundo imediato, real, amigos que pouco podem fazer por mim, em razão das agruras de seus próprios destinos pessoais. Amigos que, ainda assim, me oferecem o que têm condições de oferecer.

O Recanto permanece um refúgio. Aqui tenho encontrado palavras boas e afeto, para mim e para meus textos. Não tenho escrito nada,que escrever é falar sempre dos mesmos horrores e impasses brutais. Só tenho republicado textos e oferecido aos amigos. Hoje estou escrevendo este texto porque a solidão está acerba demais, ultrapassou todos os limites.

Não posso mudar o sentir de quem não goste de mim, de quem mesmo me odeie, acreditando ter razões para tal; não tenho poder para mudar isso. Aqui no Recanto só tenho sido acarinhada e agradeço ao Deus,todos os dias,por essa bênção. Sou infinitamente grata a todos e a cada um; nenhum de vocês, amigos, pode imaginar o quanto lhes sou grata.

Dentro da minha inacreditável, cada vez maior e mais funda solidão,confio-me ao Pai. Ele me conhece, sabe quem sou. Confio-me a Sua Proteção.

Gostaria de ser capaz de esquecer. Não o sou, infelizmente. Gostaria de ser esquecida por alguns seres da minha vida "real", esquecida, deveras. Talvez até já o tenha sido, efetivamente, e mantenha a ilusão de que ainda lhes exista.

A palavra "vingança" nunca fez parte do meu vocabulário, nem nos pensamentos, nem nas intenções, nem nas palavras, nem nos atos. Tentei sempre ser justa,na medida do possível, também com os desafetos, buscando compreender-lhes as razões, fundadas e/ou infundadas, para seus sentimentos com relação a mim. Nunca tive a recíproca disso,nunca. Quis justiça para mim, mas, ai, continuo erma de justiça para mim. Talvez não tenha, mesmo, direito a justiças para mim. Justiça por parte de certos seres do meu mundo pessoal. Seja como for, Deus haverá de me prover caminhos; para mim e, consequentemente, para minha mãe, amém.

Nota.1. Escrevi tudo isso agora,de primeira,num jato só. Nem sei o que saiu.

2. Amanhã ou depois de amanhã volto às republicações e aos oferecimentos, aos amigos, dos textos republicados.

Com meu muito obrigada,sempre,

Zuleika.