Capítulo "x" - Meu 3° amor

Queria que meus planos fossem os seus. De certa forma, até foram em primeira instância, mas por descuidos, desinteresses, não é mais assim. Talvez, se lá no começo tivéssemos aceitado a situação, se tivéssemos um pouco mais de amor, quem sabe... Não foi bem assim que aconteceu! Eu quis e você não se envolveu. Paciência. Agora já estou em outra rua, caminhando para outro bairro. Um bairro onde o amor prospera, que não fica em cima do muro, que exonera as qualidades do outro ser afim de um entrosamento. E no nosso jogo de sentimentos, você foi o técnico que me tirou de campo e que hoje se arrepende por não conseguir melhorar a equipe e ter tomado gols. Agora sente-se rebaixada pela estima. Pois é, dizem por aí que "o mundo dá voltas", mas quando vejo situações se repetindo, logo vejo que nós é que damos voltas, querendo continuar no erro, com os mesmos desejos para ser feliz.

A felicidade não está apenas no amor. É sentimento. É você. E não anda só nessa jornada da vida. Ela está repleta de amigos para estimulá-la a estar sempre presente. O amor é imparcial nesse caso. Muitas vezes ele cega e esquece de viver a felicidade. Ora, amor não é felicidade, nem felicidade é amor; Mas cada um se sente na presença do outro, mesmo sem muitos estímulos externos. Eu me amo e era feliz enquanto te amava; Já você, era feliz e não tinha o mesmo sentimento que eu tinha. Tinha, porque já é passado, e o passado é algo que não volta, mas que nos corrói como um ácido quando vemos faíscas de lembranças.

Insistência nos diversos âmbitos da humanidade nos faz crescer para que consigamos algo que necessitamos ou que desejamos. Porém, insistir cansa - estou cansado. A persistência é algo que corrói a mente e o coração humano quando seu objetivo em questão não é alcançado. Eu perdi uma parte de mim nessa corrosão. Queria apenas amor. Ganhei dor. Tentei de diversas formas mostrar minha capacidade de alegrar seu dia, de ganhar aquela risada linda que me deixava cada vez mais apaixonado, de te ter próximo à mim, de te passar segurança no abraço e o compromisso no beijo. O primeiro pedaço de mim a passar mal foi o coração, que em poucos minutos faleceu. O segundo foi o olhar, que já míope, não via mais a beleza que em ti era espontânea. E o terceiro, o cérebro, já corroído, terminou seu próprio processo sozinho e finalizou-se num nocaute profundo na face, não querendo mais ouvir seu nome.

Bem, mesmo nesses acontecimentos, havia um sentimento humano e sublime, ainda que pouco, e eu não queria que o ocorrido comigo acontecesse com você, já que após um curto período de tempo distantes, viestes a mim com a primeira intensão que eu tive. Sim, aquela mesma: amor. Sei que tentou deixar meus dias com o céu mais azulado, que o Sol brilhasse mais. Pena que minha decisão já estava feita. Já tinha batido o martelo no meu tribunal que ficava na escrivaninha do meu quarto, pregando mudança do móvel onde ficávamos. Tudo para esquecer o passado. E tenho medo que você, mesmo com teus lindos olhos e cabelos bem cuidados, corroa seu interior por causa de um sentimento que não irá ganhar. Não pelo menos de mim. Me afastava ao tocar de suas mãos, à tua boca que me convidara para provar do mais doce dos beijos. Rejeitei. Naquele momento, me rejeitei. Segurei-me ao máximo por cuidado à você. Apenas queria teu precioso bem, mesmo que distante do meu coração.

Felício Mendes
Enviado por Felício Mendes em 24/05/2014
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